Cultura

Roteiro dos Castelos de Portugal. CRÓNICA 10

Santa Maria da Feira

Descrição: Se algum dia for efectuado um roteiro dos castelos mágicos de Portugal, este monumento terá de figurar no topo da respectiva lista. Várias vezes o visitámos e, em todas elas, nos surpreendemos, como se cada ângulo da sua arquitectura fosse desenhado para nosso deleite pessoal. O estilo gótico, que a todos costuma deixar deslumbrado, é aqui aplicado a preceito, sendo a sua planta dita oval irregular. A sua praça de armas, de grandes dimensões, é apenas mais um elemento figurativo de realce, parte integrante de todo um conjunto de cisternas, barbacãs e torres que nos colocam perante a dificuldade de ter de escolher relativamente ao elemento de maior beleza. Da nossa parte, optaríamos pelos coruchéus cónicos, elemento artístico sem igual, no que a construções de similar igualha diz respeito. Historicamente falando, o castelo de Santa Maria, igualmente conhecido por da Feira, tem suas origens ao século XII, na Crónica Gothorum. Os pertences iniciais do Condado Portucalense já incluíam esta fortaleza, pelo que sempre fez parte do património nacional. As sucessivas dinastias régias portuguesas manifestaram o seu apreço pelo castelo, proporcionando-lhe obras de restauro e a presença constante de elementos da realeza o que, por assim dizer, é sempre fundamental para impedir que determinado espaço físico caia em ruína. É considerado Monumento Nacional desde 1910.

Outros motivos de interesse: Acima de tudo, Santa Maria da Feira, a antiga Vila da Feira, assim denominada porque aqui se desenvolvia importante feira em período da reconquista nacional, vive da cultura e do turismo que por aqui existem em grande quantidade, nomeadamente a Feira Medieval, de periodicidade anual, com recriação de épocas passadas, assim como o Convento de Lóios ou a Igreja da Misericórdia complementam a oferta monumental. Também a gastronomia deve aqui ser referida, com destaque para as saborosas fogaças, um pão doce típico desta região.

Sortelha

Descrição: Caso aqui não existisse este castelo, um dos mais bonitos do país, tal não deixaria de significar que a povoação de Sortelha se trata de uma das mais bem conservadas aldeias típicas de Portugal. Felizmente, a fortaleza existe, incrementando, ainda mais, a oferta de qualidade em termos turísticos e históricos. O dito castelo localiza-se erguido sobre um maciço granítico, na zona de Riba-Côa, importante barreira defensiva do passado, que dá vista para magnífico vale onde a natureza é elemento primordial. Segundo parece é em 1228 que D. Sancho II, ao mesmo tempo que concedeu foral à vila, também ali manda erigir um castelo. Pena Sortelha, como era apelidada no início da nacionalidade, veio a transformar-se nesta magnífica aldeia onde o castelo, em estilo românico e gótico, se encaixa perfeitamente. Todo o perímetro defensivo de Sortelha encontra-se preenchido por muralha e diversas portas, de onde destacamos a Porta Falsa, a Porta Nova da Vila e a magnífica Porta do Castelo, possuindo arco pleno com ombreiras entalhadas e um balcão misulado conhecida como Varanda de Pilatos. Para além disso, a história do castelo de Sortelha está ligada a múltiplas disputas militares com a vizinha Espanha, que dista escassos quilómetros desta zona, mormente em 1640, período da Restauração da Independência.

Outros motivos de interesse: Tanto os vários templos religiosos, entre os quais realçamos a Igreja Matriz, Igreja da Misericórdia e Igreja de Santa Rita, quanto as múltiplas casas senhoriais, tais como a Casa do Vento que Soa ou Casa dos Falcões, temos ainda a calçada medieval e as fontes do Mergulho e da Azenha.

Soure

Descrição: A importância deste antigo castelo é atestada pelo facto de ter sido uma das raras sedes da Ordem do Templo em Portugal. Isso, infelizmente, não levou a que a fortaleza caísse num estado de ruína. Ainda assim, o seu interesse é imenso, daí que tenhamos optado pela sua inclusão neste roteiro de viagens. Parece ter sido erguido em torno do século IX, tendo como defensor cristão, na época, o Conde Sesnando Davides. No ano de 1111 o conde D. Henrique concedeu foral à povoção de Soure, acto que sua esposa, D. Teresa, fez questão de cumprir, proporcionando ainda maior relevo à fortaleza. O ano de 1144 trouxe um momento de perda do castelo, para as hostes muçulmanas, algo que seria pouco depois corrigido, mediante o esforço dos cavaleiros templários. Com a extinção da Ordem militar e religiosa, a sua sucedânea, conhecida por de Cristo, passou a tomar conta deste espaço até ao século XIX. Esteticamente, o castelo de Soure é um raro exemplar de planície, manifestando intervenção artística proto-românica, dada a sua antiguidade. Actualmente subsiste pouco mais do que um pano de muralha, resquícios de torre a alguns pormenores mouros incrustados nos contornos das janelas, como a bela Ajimez.

Outros motivos de interesse: A povoação de Soure dá-nos a conhecer, para além do seu castelo, a Igreja da Misericórdia, o Pelourinho de Vila Nova de Anços e a Quinta de São Tomé. Convém realçar que, dentro da mesma região, podemos encontrar Penela, e o seu magnífico castelo, assim como a Vila Romana do Rabaçal.

Sobre el autor

Jordi Sierra Marquez

Comunicador y periodista 2.0 - Experto en #MarketingDigital y #MarcaPersonal / Licenciado en periodismo por la UCM y con un master en comunicación multimedia.